segunda-feira, 21 de agosto de 2017

DA SUA LAVRA

Eram quatro a opinar. Três,lá disseram da sua justiça,com simplicidade,como a dar a sua humilde contribuição para uma obra que se afigurava de alta complexidade. Chegou a vez de se ouvir o outro,que se guardara para o fim. Podia ter feito o ponto da situação,à maneira de um professor,que talvez fosse ou desejasse ser,e acrescentar mais alguma coisa da sua ciência. Mas não.Tudo quanto escutara soara-lle a velho. O cerne da questão não tinha sido beliscado,nem de longe,nem de perto. Era isto mais uma confirmaçãode que só ele via claro,de que só dele viria a resposta certa. Outro iluminado. Estaria convencido de que tinha uma missão a cumprir e de que a sua mensagem era única,inteiramente da sua lavra.

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