quinta-feira, 6 de abril de 2017

REGRESSO

Chovera torrencialmente nos últimos dias. Os terrenos estavam numa papa e os caminhos alagados. A ocasião não era propícia,pois,para o regresso,mas havia um prazo a cumprir,que não devia ser ultrapassado,sob pena de se encontrar a porta fechada. Valeu a perícia do condutor e a colaboração de três ajudantes,ou melhor,de três boas vontades.
O primeiro obstáculo surgiu logo à partida. O rio corria lá em baixo,apressado e turbulento,e o talude da margem parecia manteiga. A jangada já estava esperando. Duas tábuas oscilantes faziam negaças ao jipe. Mas este,só com o deslisar,que o mais estava interdito,deu com elas.
Uma estrada de terra batida aguardava. Como se encontraria ela? Passara-se por lá há uns meses,quando da vinda,e aquilo era uma fábrica de poeira vermelha e um crivo de malha larga. Não se precisou de esperar muito para se saber a resposta. O que fazia ali jeito era um barco. Mas o jipe lá avançou,corajoso,a passo de boi,que mais não podia ser.
A água,lamacenta,infiltrava-se por todos os buracos e a sua altura era,por vezes,de respeito. Houve,assim,necessidade de se fazerem desvios pelos morros,em risco de o jipe ir parar lá abaixo. Mas o declive,volta não volta,não permitia. Teve então de se recorrer ao expediente das pontes improvisadas com capim. Mas este era rei e não faltaram sapadores.
A meta foi,finalmente,cortada. Assim terminava a primeira etapa de uma corrida. Outras se seguiriam,felizmente não tão trabalhosas e angustiantes.

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