quinta-feira, 12 de março de 2015

FARO EMBOTADO

Continuava com azar o senhor Joaquim. Lá se fora outra vez o rancho melhorado. A lebre estivera mesmo ali,de olhos bem abertos,como que feita estátua,à mão de a apanharem. Parecia hipnotizada. Ele viera,muito de mansinho,com a enxada em riste,pronta a cumprir a sua obrigação,e lá saltara a lebre,para ele nunca mais a ver. Ainda no dia atrás tivera a mesma sorte. Mas desta vez não fora só ele. Aqui,estivera muito bem acompanhado. Uma corda de caçadores vinha passando a pente fino o amplo vale. Lentamente avançava,homens e cães,uns e outros muito experimentados. Passaram e deram os bons dias. Boa caçada. Desapareceram,lá longe. Saiu dali,pouco depois,o senhor Joaquim. E mal ele dera dois passos,saltou-lhe à frente,uma senhora lebre,que num ápice se sumiu.Tantos homens,tantos cães. Faro embotado.

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