Olha quem é. Você por aqui? Estava-se muito longe de o encontrar ali,naquela vila modesta,muito afastada da sua terra,onde servia às mesas,em café de bairro.
Alto,magrizela,olheirento,lembrando sucessivas noites perdidas na rambóia,linguagem a resvalar para o obsceno,não inspirava grandes simpatias. Toleravam-no. Não seria inteiramente responsável pela vida que levava,pois não tivera,em mais novo,as ajudas necessárias.
A estranheza do encontro tinha outras causas. É que aquela cara já não era a mesma. Perdera o ar de ave noctívaga. Continuava magro,mas as cores eram muito diferentes,de vida regrada.
Então,o que é que faz andar por aqui de bicicleta? Ando por aí,de terra em terra,pregando. Sabe,estudei e escolheram-me para esta missão.
O olhar era franco,olhos nos olhos,sem desvios. Como se transformara. Não era para acreditar. Parecia ter sido virado do avesso. Era,naquela altura,um outro.
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