sábado, 14 de março de 2015
DE FÉRIAS
Oh tiazinha,vai-se bem por aqui para a aldeia? A mulher,muito magra e mal amanhada,empurrava um carrinho cheio de erva para as vacas. Parou e a cara dela alegrou-se. Vai sim,meu senhor,é ali adiante. E aquele meu senhor não queiram saber como foi pronunciado. Aquilo eram gerações e gerações na mó de baixo. Até parece ter ficado muito agradecida de a terem feito parar e de lhe terem falado. Os olhos estavam um tanto avermelhados,talvez de alguma mazela já antiga,que os afazeres não dão tempo para alguns se cuidarem. Ou seria de ter chorado?,que este mundo é um vale de lágrimas. Mais à frente,apareceu,de facto,a aldeia,com o seu larguinho,a sua igreja de granito carcomido e o seu coreto para as festas. Algumas crianças brincavam,descuidadas,longe ainda do tal vale de carpideiras. Uma delas entretinha-se sozinha. Então,minha linda,estás zangada? Parecia muda. Depois de alguma insistência, lá se percebeu. Era portuguesa de França. O pai era"maçon"e estava de férias. Os outros,meninas e meninos,não a entendiam. Uma tristeza, tomara já lá.
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