quarta-feira, 12 de junho de 2013
QUASE DE GRAÇA
À vista de todos,banqueteou-se. Era hora da ceia e ele devia estar com pressa.
Nem se lembrou de oferecer,mas estava desculpado. Ele mesmo se encarregou de
todas as operações. Já vinha preparado. De um saco,já muito gasto,retirou tudo
quanto era indispensável,menos o vinho,mas esse,a seu tempo,apareceria,pois ali
havia muito. E o que era tudo? Uma cebola grande,daquelas próprias para um
regimento,azeite,vinagre,sal e pão. Com um canivete,cortou a cebola em rodelas
muito finas,que foram caindo num prato de esmalte,já também muito usado.
Regou-as prodigamente com azeite e vinagre,que,mesmo assim,foram incapazes de
dissolver as carradas de sal,ao seu gosto. O molho devia estar uma delícia,pois
grande parte dele marchou logo,ensopando pedaços de pão. Finalmente,a montanha
de rodelas lá seguiu o seu destino,mas com vagares. Foi um prazer vê-lo comer.
Prazer maior deve ele ter tido. E assim,ficou sobejamente demonstrado como tão
simples é,e quase de graça,o ter uma fina ceia.
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