sábado, 14 de julho de 2018
ALGURES NESTE VALE - PALAVRAS
A pouco e pouco,uma perceção,cada vez mais certeza,se foi apoderando dele. Sentia-se cada vez mais ele,só ele,como um ilhéu,rodeado inteiramente por estranhos. Mais ainda, essa perceção não se confinava a ele apenas,estendia-se a todos,vendo-os a todos também como uns ilhéus. Era uma perceção que se traduzia na realidade do EU e do TU,bem diferenciados,sendo uma pura ilusão a alma gémea,ou complementar. O EU limitava-se a usar o outro,qualquer que ele fosse,para satisfação pessoal,e mais nada. Sentia-se melhor com o outro,simplesmente. Só convenções levavam a suportar desentendimentos inultrapassáveis,geradores de mal estar, que o Eu recusava,e o TU também. Dalgum modo,tanto o EU ,como o TU,usavam e deitavam fora,por já se estar a ferir a realidade de cada um,a suprema realidade. Amor,amizade,não passavam,pois,de palavras. Eram sentimentos ilusórios,possíveis só com anjos,e anjos não eram o EU e o Tu,sujeitos a uma vida de luta,do salve-se quem puder,fazendo recurso a sabia-se lá que armas. Pobres dos fracos,que,para sobreviverem,têm,muitas vezes,de se submeterem,mostrando-se bonzinhos,em tentativa de amansar os fortes,de escaparem.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário