terça-feira, 17 de julho de 2018

ALGURES NESTE VALE - O VIL METAL

Eram atraídos como formigas ao açúcar. Ali havia dinheiro,mais do que noutros cantos,de maneira que as"formiguinhas" não demoraram a aparecer. Tinham passado palavra,ou nem isso,que o cheiro guiava-as. O dono do cofre exultava. Mexera-se,usara as suas influências,e ali estava o prémio. Pode dizer-se que era senhor de um estado dentro dum muito maior,mas este sem cheta. Sentia-se o mestre dos mestres,rodeado de quase uma dúzia de jovens promissores. Foi,porém,sol de pouca dura.Por uma razão desconhecida,a fonte secou. Afinal,as "formiguinhas" tinham vindo ao engano. O mestre era de fibra e não desanimou. Convocou os pupilos e fez um apelo à sua generosidade de jovens. A fonte secara,sem ele contar,mas esperava que em breve voltasse ao que era antes. Esperava deles resistência às más horas e queria vê-los com disposição para continuar ali. Não seria por falta do vil metal que o fossem deixar. Agora é que ele ia ver quem eram os fortes. O discurso fora patético,dirigido ao desinteresse,à abnegação,à entrega inteira a uma causa nobre,a da ciência. Ouviram-no todos com muita atenção e atreveu-se um a dizer de sua justiça. Apreciavam muito a sua confiança,mas havia uma questão muito importante,que estava a ser esquecida. É que,em primeiro lugar,está o viver,e para isso precisamos do que aqui deixou de haver. Não é o dinheiro essencial,mas sem ele nada feito. Depois de o voltar a ter,então filosafaremos. Não foi bem assim,mas para o que é serve muito bem. E ali terminou a sessão,indo cada um para seu poiso,pensar. A pouco e pouco,porque os prognósticos não davam sintomas de melhoria breve,foram indo à sua vida. Fora uma pena aquela debandada,porque o barco era bonito e o comandante ilustre e simpático. O primeiro a dizer adeus parece ter sido o da sentença consagrada. Lá teria as suas fortes razões,maiores do que as dos out

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