quarta-feira, 29 de maio de 2013
UM SEU CRIADO
O menino ia deixar os cuidados da mamã. Tinha de se fazer à vida,tinha de ir para a capital,que lá na terra não passaria da cepa torta. Para começar,era preciso arranjar quarto,mas não um qualquer. Tinha de ser um decente. Inexperiente como ele era,convinha que o pai o acompanhasse,não fosse enfiar-se num buraco não recomendável. Havia por lá,segundo lhes constava,ratoeiras a cada esquina,e o menino,sozinho,podia cair numa. E lá foram os dois. O pai já tinha estado naquela grande terra,mas nunca no bairro onde o menino ia trabalhar. Mas perguntando aqui e ali,lá deu com ele. Os prédios que por lá se perfilavam,alguns de três e quatro andares,só visto. A que portas havia de bater o pai? Bateu nalgumas e,sempre que batia,a um "quem é",seguia-se "um seu criado". A tal resposta,não houve porta que não se abrisse francamente. Acabou por se fixar numa. Dispunha de todos os requisitos para o menino não se perder. Era uma porta muito séria. O quarto tinha duas camas,uma para o menino e a outra para um amigo do menino que já não tinha pai que viesse com ele.
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