Era ridículo e comovia.Estavam os dois de pé,a uma esquina de rua movimentada. Ela,como sempre,muito gorda,mal trajada e mal penteada. Ele,uma sombra do que fora,com aspecto de servente de obras em férias,talvez forçadas. Há que tempos se não viam. Eram marido e mulher. Ele abalara,em dia de grande desespero,e ela para ali ficara com a carga toda,uma carga de filhos e de netos.
Os olhos que ela lhe deitava,só visto. Deles, soltar-se-iam feixes de raios de altíssimo poder sedutor. Não seriam bem dela,mas da jovem que tinha sido.
Afinal,ainda vibrava. Estaria pronta para perdoar e recomeçar,assim ele quisesse. Mas toda aquela figura dele,curvada,de chama mortiça,parecia não dar qualquer esperança. Aquele coração já seria como uma pedra,insensível a mavios de rola e muito menos de rola velha. Era ridículo e comovia.
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