Mas,no geral, é o ficas. Ele ficava,mas estava com muita pressa,que lá em casa esperavam-no. Viera ali,numa fugida,comprar o jornal,ou a comida para o bichano,que lá para os sítios dele não havia. Quando se fica,vem um aviso prévio,com similares desculpas. E nesses fugidios momentos,o que se ouve,minha Nossa Senhora,como diria o saudoso tio Joaquim,se ainda por cá andasse.
Ouve-se,sobretudo,coisas do ter dele,do malfadado ter dele. O tal ter que inspirou uma sentença bem conhecida,mas que todos procuram esquecer. Ali ao canto,vem de lá um protesto. Eu cá não sou desses. Que o coração está onde se tem a riqueza. Bonita,não é? Linda,como mais nenhuma. Mas adiante.
E é uma enfiada,sobretudo, de variantes do ter. São as obras lá na casa da cidade ou do campo. É aquele pequeno pinhal,à beira da estrada,que felizmente fora incluído no Plano Diretor e que rendera uma pipa de massa. O mesmo acontecera a meia dúzia de olveiras e de figueiras,que estavam para ali que ninguém lhes pegava. É o filho que é quase diretor lá da fábrica. Aquilo é que era trepar,tinha a quem sair. É o futebol de que ele gosta muito,não podendo passar sem ele,pois seria a morte. São as rendas lá dos velhos inquilinos,que estão sempre na mesma,ou quase. É o pedaço de terra,um quintalório,que a fábrica quer comprar,mas que não há meio de se chegar ao que ele quer. São os jornaleiros que querem cada vez mais dinheiro,e assim não dá. São os impostos sempre a subir. Agora há para aí uma telenovela,que é de a gente não sair da frente do televisor. Assim,dá gosto.Se não fossem elas,como é que se havia de aguentar isto,não concordas? Que saudades eu tenho dos nossos velhos tempos. Aquilo é que era bom.
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