quinta-feira, 1 de junho de 2017

BOM PROVEITO

Isto de não se ter qualquer título de nobreza,ou,pelo menos,não ser vergôntea,em qualquer grau,de um qualquer varão ilustre,é coisa de muita apoquentação para alguns,sobretudo,quando têm o cofre cheio. Não se sentem bem,sentindo-se vulgares. E assim,vá de desencantar na sua árvore genealógica um ramo salvador. Mal o encontram,ficam-se logo por ali. Nada de continuar,pois pode haver surpresa desagradável,e isso é que não. Não vale a pena desenterrar mais. Daí em diante,passam a enfeitar-se,como é de pleno direito. Mas há sempre os intrometidos. Sabendo das escavações,espiam-nas. E,na pimeira oportunidade,lançam-se ao trabalho,remexendo mais as cinzas. E a certa profundidade,muito variável,consoante muitas circunstâncias,acabam por dar com um ramo que é a nódoa da família. Podiam fazer uso dessa descoberta,explorando quem se tinha tolamente enfeitado. Mas não são desses. Tinham feito aquele trabalho só para se entreterem. Eles que se pavoneassem,que lhes fizesse bom proveito.

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