Num pulo,por entre silvas e valados,punham-se lá,na horta do Taré. Os miúdos encontravam ali o paraíso. Um regatozinho,nascido de um olho de água,semeava,no seu caminho,meis dúzia de bebedouros,onde pardais e pintassilgos vinham molhar os bicos. Cegos e surdos,por via da canícula,não davam conta dos perigos. Num repente,caíam-lhes em cima redes e era o seu fim.
Não se ficavam por aqui as aventuras. Quase ali a dois passos,estendia-se uma longa fila de amoreiras. E quando a altura chegava,não queriam saber de avisos e iam colher,lá nos altos,folhas para matar a fome aos bichos da seda. Se davam com frutos,não os enjeitavam,mas as camisas contavam o que tinha acontecido.
Depois,um pouco mais adiante,havia muitas túberas para desenterrar. A maior parte do trabalho era feito por porcos,que eles contratavam,mas sem nada lhes pagar. Mal os pobres as descobriam,enxotavam-nos,sem dó nem piedade,apsar dos seus muitos protestos. Para os espargos silvestres,tinham eles de fazer tudo.
Mas a maior,era,sem dúvida,o rabisco. Um mar de vinhas estava lá para receber a visita final. Navegavam,descuidados,pois sabiam que não se arriscavam a uma chumbada de sal. Os guardas tinham entrado de férias.
Havia ainda o vaguear por elas ,quando as cheias recuavam,à cata de algum tesouro que as águas tivessem deixado. Saía-lhes cara esta,pois as botas ficavam a pedir outras.
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