O que as senhas fizeram. Lá se foram aqueles "lindos" espetáculos,de longo tradição e à borla,que se montavam,aqui e ali,onde se compravam coisas.
Uma boa parte dos artistas não esperavam pela sua vez,nem cuidavam de saber quem tinha chegado primeiro. Queriam ser logo atendidos,pois estavam com muita pressa. Ao consagrado quem está primeiro?,ouviam-se vários eus. E a discussão instalava-se. Alguns dos que se adiantavam teriam uma comprida história de estar sempre lá atrás,em casa,com os "amigos",no emprego,no conseguir. E aproveitavam aquelas ricas ocasiões para se afirmarem,para virem para a ribalta. Era humano,compreendia-se. Conviria,até,que tudo continuasse como antes,pois encontravam ali uma fonte de compensações,uma forma de contrariar estados depressivos. Ali podiam desabafar,pôrem-se em bicos dos pés,levantar cabeça,coisas que noutros lugares seriam difíceis,mesmo perigosas.
Alguns serviam-se daqueles locais para experimentar as suas estratégias de penetração. Primeiro,está aquele senhor,depois,cabe-me a mim. Ganhavam,pelo menos,um aliado. Julgam que me enganam,mas tirem daí o sentido. A senhora foi a última a chegar e já quer ser servida? Quem pensa o senhor que é? Lá por estar mais bem vestido,não tem o direito de me ultrapassar. Depois,quando levavam a sua avante,exploravam a vitória. Demoravam. Ponha mais um. Troque-me por outro mais bem cozido,que a minha filha só gosta deles a estalar. Agora,ponha mais aquele,aí à direita,que é para a minha mãe,coitada,que já não tem dentes.
Quando alguém dava a sua vez,ficava muito admirado. Não queria acreditar,julgando ter ouvido mal,mas acabava por aceitar,talvez pensando que o desgraçado não devia estar bom da cabeça,ou então desfazia-se em agradecimentos,como se o gesto fosse de alta valia.
Enfim,cenas do quotidiano,fruto de inúmeras diferenças,que permaneceráo, porque reais. São o reflexo da riqueza infinita de personalidades. Cada um é uma pessoa única. Nunca dois ou mais num só. E se vier a acontecer,será mais um mistério ou um milagre.
Uma boa parte dos artistas não esperavam pela sua vez,nem cuidavam de saber quem tinha chegado primeiro. Queriam ser logo atendidos,pois estavam com muita pressa. Ao consagrado quem está primeiro?,ouviam-se vários eus. E a discussão instalava-se. Alguns dos que se adiantavam teriam uma comprida história de estar sempre lá atrás,em casa,com os "amigos",no emprego,no conseguir. E aproveitavam aquelas ricas ocasiões para se afirmarem,para virem para a ribalta. Era humano,compreendia-se. Conviria,até,que tudo continuasse como antes,pois encontravam ali uma fonte de compensações,uma forma de contrariar estados depressivos. Ali podiam desabafar,pôrem-se em bicos dos pés,levantar cabeça,coisas que noutros lugares seriam difíceis,mesmo perigosas.
Alguns serviam-se daqueles locais para experimentar as suas estratégias de penetração. Primeiro,está aquele senhor,depois,cabe-me a mim. Ganhavam,pelo menos,um aliado. Julgam que me enganam,mas tirem daí o sentido. A senhora foi a última a chegar e já quer ser servida? Quem pensa o senhor que é? Lá por estar mais bem vestido,não tem o direito de me ultrapassar. Depois,quando levavam a sua avante,exploravam a vitória. Demoravam. Ponha mais um. Troque-me por outro mais bem cozido,que a minha filha só gosta deles a estalar. Agora,ponha mais aquele,aí à direita,que é para a minha mãe,coitada,que já não tem dentes.
Quando alguém dava a sua vez,ficava muito admirado. Não queria acreditar,julgando ter ouvido mal,mas acabava por aceitar,talvez pensando que o desgraçado não devia estar bom da cabeça,ou então desfazia-se em agradecimentos,como se o gesto fosse de alta valia.
Enfim,cenas do quotidiano,fruto de inúmeras diferenças,que permaneceráo, porque reais. São o reflexo da riqueza infinita de personalidades. Cada um é uma pessoa única. Nunca dois ou mais num só. E se vier a acontecer,será mais um mistério ou um milagre.
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