quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
O FOGO AS LEVARA
Seria um exagero, mas alguém diria que aquilo não passava de um manto de rocha.  Ela dominava,é certo, mas nos exíguos intervalos lá estava alguma terra onde  oliveiras medravam. E era isso que lhe importava. Fora ali que ele nascera e  foram essas oliveiras que lhe permitiram arranjar uma enxada. Por isso lhes  queria muito. Haveria de as acrescentar em sua homenagem. E foi o que fez , toda  uma longa e esforçada vida. Olhava para elas enternecido, esquecido de tudo.  Delas e para elas vivera. Mas o destino é bastas vezes cruel. E um dia, a  tragédia deu-se. O fogo, um fogo maldito, passou por lá, não se apiedando, e só  deixou cinzas. Não queria acreditar. As suas amadas oliveiras já lá não  estavam, que ele bem via. O maldito fogo as levara.Tudo perdido, o que herdara e o  que adquirira com tanta teimosia. Estava velho,incapaz de recomeçar. Era  tempo, pois, de também abalar, fazendo companhia às suas almas. E foi o que  aconteceu, quase na volta do correio, não fossem elas mais uma vez morrer, agora de  saudades de quem tanto as amara em vida. 
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