segunda-feira, 11 de junho de 2018

ALGURES NESTE VALE - O PAU E O PÃO

O senhor Joaquim era um homem bom,muito humilde, que se contentava com muito pouco. Nascera já assim,fora sempre assim,dizia ele que não tinha culpa de ser assim. Tinha,porém,lá as suas teimas. Quando embirrava lá para um lado,ninguém o conseguia demover. Eram as suas fixações,ou como lhe quisessem chamar,que ele não se importava,estava por quase tudo. E então que fixações eram essas,ou lá o que aquilo era? Eram duas,a bem dizer. Uma delas, parecia indicar que ele acreditava em Deus. Ora vejam lá,se não parecia mesmo isso. Dava,a cada passo,sobretudo quando ninguém o ouvia,muitas graças ao Criador por ter nascido pobre. Ele não dizia porquê,mas ele lá teria as suas razões. De resto,nunca ninguém se lembrou de lhe perguntar,o que foi uma pena,porque,sabe-se lá,podia ter brotado dali a mezinha para tanto mal. A outra,era assim como que uma adivinha. Ora vejam lá se não era. Que o que eles,nunca dizia quem eram eles,precisavam era de um pau na mão,e na outra o pão.

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