quinta-feira, 23 de março de 2017

ÁRVORES DO ALENTEJO

Horas mortas... Curvada aos pés do Monte A planície é um brasido...e,torturadas, As árvores sangrentas,revoltadas, Gritam a Deus a bênção duma fonte! E quando ,manhã alta,o sol posponte A oiro a giesta,a arder,pelas estradas, Esfíngicas,recortam desgrenhadas Os trágicos perfis no horizonte! Árvores! Corações,almas que choram, Almas iguais à minha,almas que imploram Em vão remédio para tanta mágoa! Árvores! Não choreis! Olhai e vede: -Também ando a gritar,morta de sede, Pedindo a Deus a minha gota de água! FLORBELA ESPANCA

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