segunda-feira, 27 de novembro de 2017

POBRE DE CRISTO

Ó minha terra na planície rasa, Branca de sol e cal e de luar Minha terra que nunca viste o mar, Onde tenho o meu pão e a minha casa. Minha terra de tardes sem uma asa, Sem um bater de folhas... a dormitar... Meu anel de rubis a flamejar, Minha terra moirisca a arder em brasa! Minha terra onde meu irmão nasceu, Aonde a mãe que eu tive e que morreu Foi moça e loira,amou e foi amada! Truz...Truz...Truz... - Eu não tenho onde me acoite, Sou um pobre de longe,é quase noite, Terra,quero dormir,dá-me pousada!... FLORBELA ESPANCA Alentejo Não Tem Sombra Eugénio de Andrade Edições ASA 2002

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