segunda-feira, 27 de novembro de 2017
UM VELHO CONHECIDO
O metano está preocupando muita gente. Como se sabe,é um dos componentes dos combustíveis fósseis,sobretudo,do gás natural. Mas não é deste que deriva a preocupação, pois o que se conserva nas jazidas está lá bem guardado,e o que delas sai é para ser combustado. O que preocupa, é o que se vai libertando da muito complexa decomposição bacteriana de materiais orgânicos,vegetais e animais,em condições de falta de oxigénio. Acontece isso nas situações mais variáveis,em que se incluem terras pantanosas,águas estagnadas,arrozais,barragens e o aparelho digestivo de ruminantes e de térmitas. Preocupa, também, as camadas geladas de solos do hemisfério norte,um dos maiores armazéns de matéria orgânica da Terra,que aprisiona metano enquanto não se derreterem.O metano é,assim,pode dizer-se,um velho conhecido. Até há quem julgue que o metano eatá na origem da vida. Como gás que é,anda por aí,na atmosfera. O seu teor varia consoante a contribuição de cada uma das fontes e o poder eliminador da própria atmosfera. Que esse poder não deixe de actuar como até aqui,é a esperança de muitos.
O MEU NATAL ( EXCERTO )
A noite de Natal. Em meu País,agora,
O que não vai até romper o dia, a aurora!
As mesas de jantar,na cidade e na aldeia,
À luz das velas,ou à luz duma candeia
Entre risadas de crianças e cristais
(De que me chegam até mim só ais,só ais),
Dois milhões de almas e outros tantos corações,
Pondo de parte ódios,torturas,aflições,
Que o mel suaviza e faz adormecer o vinho:
São todas em redor duma toalha de linho!
ANTÓNIO NOBRE
Poesia Completa
Primeiros Versos
1988
Círculo de Leitores
POBRE DE CRISTO
Ó minha terra na planície rasa,
Branca de sol e cal e de luar
Minha terra que nunca viste o mar,
Onde tenho o meu pão e a minha casa.
Minha terra de tardes sem uma asa,
Sem um bater de folhas... a dormitar...
Meu anel de rubis a flamejar,
Minha terra moirisca a arder em brasa!
Minha terra onde meu irmão nasceu,
Aonde a mãe que eu tive e que morreu
Foi moça e loira,amou e foi amada!
Truz...Truz...Truz... - Eu não tenho onde me acoite,
Sou um pobre de longe,é quase noite,
Terra,quero dormir,dá-me pousada!...
FLORBELA ESPANCA
Alentejo Não Tem Sombra
Eugénio de Andrade
Edições ASA
2002
OS SIDERÓFOROS
Como se sabe,o ferro tem um papel fundamental em plantas e microorganismos com capacidade fotossintética,ainda que não faça parte da estrutura da clorofila. Ora o ferro está muito pouco disponível em meios alcalinos,como nalguns solos e na água dos oceanos. Acontece que há organismos,como fungos,que segregam substâncias,os sideróforos,que conseguem solubilizar o ferro,permitindo,assim,que a fotossíntese ocorra.
CICLOS DO P E DO N
...Para acabar,um toque nos ciclos do P e do N,tão intimamente
ligados,uma vez que sem eles nada feito. Por isso,para alimentar tanta gente, teve o homem de produzir adubos azotados,e extrair reservas sedimentares fosfatadas, de milhões de anos,das quais se estão a ver os fundos.
SOBRE O CARBONO
... uma matéria que está na ordem do dia,ou não se tratasse de carbono. Mas pobres baleias,por muitas e grandes que sejam,não chegam aos “calcanhares” do microscópico fitoplancton,esse,sim,o grande sumidouro de carbono,em vida,e em morte. Foi dele, do um estirado passado,como se sabe,que vieram as jazidas fósseis de carvão mineral,de petróleo,de gás natural,muitas já idas,outras muitas,em fase de exploração,e outras,em lista de espera,e por registar. Foram elas que garantiram uma boa parte do oxigénio que anda por aí. As plantas verdes,acima de todas,as árvores,pela sua longevidade,imitam,timidamente, essas jazidas,aprisionando carbono. Mas logo que entram em decomposição,mais depressa as ervinhas,como se sabe também,o seu carbono regresa a casa,como o faz toda a biomassa,vegetal e animal,o homem incluído,está claro,enquanto for mortal
Subscrever:
Mensagens (Atom)